A véspera de em partir do Brasil, era tanta empolgação que foi praticamente impossivel dormir. Conter a ansiedade pior ainda. No dia da saida, sai ansioso para o aeroporto, ao mesmo tempo que envolvia tanta emoção e alegria.
O vôo partia as 9 da manhã e eu faria conexão em São Paulo para Roma. Chegando em Sampa, dia frio, nublado, não muito diferente do típico cenário de inverno curitibano. Isso com apenas um diferencial, não chovia, e o sol começava a dar as caras próximo ao meio dia.
Não tinha muito o que fazer. Como muitos connhecem, Guarulhos não e um aeroporto em que se pode ter pressa. Por precaução, cheguei la com 5 horas de antecedencia à partida do vôo.
Passeia pra lá, passeia pra cá, R$ 5,50 numa latinha de coca cola... Passeia novamente...
Sai do saguão para respirar. Eis que encontro uma cara colega do tempo da escola de aviação. Trocamos um papo agradável e sossegado. Ela, comissária, estava prestes a assumir vôo para o nordeste naquele dia.
Check-in feito, é hora de partir!!! Uuhh!! Era uma sensação legal. Coisa diferente, não sei como dizer. Após tantas choradeira de minha mãe e alguns amigos, chegou a hora!
O vôo foi tranquilo. Eu ainda um pouco timido para falar com quem estava do meu lado, mas acaba que sempre sai alguma coisa. Depois de apenas 11:40 hr de vôo, finalmente chegamos a Roma. Era 7 da manhã. Pelo aspecto do dia, estava verdadeiramente fria aquela manhã. Apenas 2 graus.
Desembarque feito, corremos do frio para o aeroporto. Roma e uma cidade em que não se pode aparentar ser caipira. Sem brincadeira! Uma dica é agir como se aquilo tudo fosse normal. Lógico que diante da minha empolgação, era um pouco dificil não parecer com alguém que estava ali pela primeira vez.
Eu sorria demais e era visivel demais também. Alguns deviam pensar: " ou está com botox até dizer chega, ou é bobo mesmo". hahaha Ria de mim mesmo.
Carmelo, o amigo de Mauro meu amigo da Sicilia, estava junto. Ele só dizia: Andiaaaamo Paolo!! l´aereo parti fra pochi minuti!! E era só isso! O mesmo, dormiu durante o vôo inteiro, nem dava para conversar. Acordava somente para comer... Sem comentários. Mas ele é gente fina.
Depois de embarcar novamente em outro avião, desta vez para Catania, eu por minha vez ja estava a praticamente 24 horas sem dormir.
Do jeito que me acomodei na poltrona do aéreo, capotei. Peguei no sono e acordei somente quando Carmelo me deu um empurrão e perguntou: Paolo, vuoi caffè? - No, grazie! respondi.
O vôo teve duração de 1:30 hr, dormi como uma pedra, só acordei quando chegamos em FontanaRossa - Catania, onde começaria de vez o "se vira" para entender dialeto siciliano.
Extravio da bagagem!!
Como se não bastasse todo esse tempo de vôo para chegar até lá, assim que desembarcamos a boca maldita de Carmelo pronunciou no italiano mais audivel possível: - Espero que não tenham perdido nossa bagagem!! Minha resposta foi mais do que automática: - Cala a boca!! hehehe!!
Nada mais sutil poderia exclamar no momento em que tudo que eu mais queria, era chegar em casa, tomar um banho e vestir roupas limpas. Mas ok...
Para minha grande fortuna, quando chegamos ao nastro 3 para pegar as malas, nem uma das nossas havia chegado à Catania. Minha ansia começou a manifestar. Corre para o nastro 6, outro vôo chegando de Roma e nossa bagagem poderia estar junto. Volta ao 2 outro vôo de Roma e... nada.
Cansado, já nervoso e sem paciência de correr pra lá e pra cá como um schemo (bobo), para ver se nossas malas haviam chegado.
Encerraram as chegadas de Roma, nada encontrado, partimos para o balcão para fazer a denuncia e blah blah blah que todo mundo que já perdeu bagagem sabe como é.
De tanta raiva, eu sentado na esteira de malas, sapateava (literalemente) e urrava, sei lá, uma forma de extravazar minha ira como aquela situação. Nosso vôo que chegou em Catania ás 11 da manhã, fomos sair do aeroporto as 13:30 hr. Minha gastrite, também começou a doer. Tudo para brindar minha chagada aos pés do Etna.
